quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ARTIGO - "MANCHA NO LENÇOL" - ADRIANA ROVERONI

ARTIGO: “UMA MANCHA NO LENÇOL”


A tendência da maioria dos seres humanos é focar , em geral, no aspécto negativo das coisas.
Por exemplo, ao entrar em uma casa limpa e organizada, dificilmente reparamos e elogiamos a sua dona. Porém, se entrarmos em uma casa bagunçada, banheiro sujo, cozinha por arrumar, logo reparamos e ainda pensamos ou comentamos: “Que horror, como pode deixar a casa assim”? Aliás, aqui aparece também, um outro problema, a mania que temos de julgar os outros. Mas isso eu comento em uma outra oportunidade. Só pra não perder a oportunidade: julgamos até sermos julgados...
Voltando ao nosso assunto, não damos valor nem para nossa saúde/integridade física. Apenas quando quebramos um braço ou até perdemos um membro do corpo é que vamos perceber o quanto estávamos bem antes.
Há algum tempo, em uma entrevista, na Rádio Energia FM 101,9 (Jaú-SP) falamos sobre Ansiedade e como lidamos com os nossos problemas. Alguns ouvintes perguntaram sobre como lidar com o emprego , outros com a compulsão, com o relacionamento;  mas enfim, uma pessoa , em especial, fez uma pergunta sobre uma colocação que eu havia feito momentos antes. Eu comentava que temos a tendência de enxergar e focar as coisas negativas e quando vemos , por exemplo, um lençol enorme e branco, com uma macha preta e perguntamos para alguém: “Este lençol está limpo ou sujo”? Invariavelmente, a pessoa tende a generalizar e a responder que o lençol está sujo. Claro que isso é uma analogia com a vida. As generalizações são um problema a mais em nossas vidas. Na realidade, o correto seria dizer : “O lençol tem partes limpas e partes sujas”. Mas não fazemos assim, tendemos a generalizar que tudo está ruim, nada dá certo, sempre será assim comigo ou nunca conseguirei coisas boas. Atire a primeira pedra quem não pensou assim, por um momento!
Cuidado com estas palavras que ficam “martelando” em sua mente: Sempre, Nunca, Tudo, Nada. Estas generalizações não nos permite enxergar o que realmente está nos fazendo mal e nos trazendo sofrimento emocional. Precisamos aprender a identificar nossos pensamentos, se estão repletos de generalizações ou não, se estão distorcidos , se são apenas hipotéticos ou se são reais. É necessário analisar cada parte de nosso lençol branco (nossa vida) independente da(s) mancha(s) preta(s) que porventura exista(m) nele (nela – vida).
Precisamos nos lembrar que existem muitas partes brancas ou seja, muita coisa boa em nossa vida, apesar dos problemas (manchas no lençol). E se a maior parte estiver “manchada” , ainda assim devemos procurar “partes brancas” que nos possibilite ter prazer em viver.
Aí, a ouvinte perguntou: “E se esta mancha, mesmo pequena, for o meu maior problema e o que desencadeia outros problemas”. Foi uma pergunta excelente.
Respondo para vocês assim como respondi para a ouvinte: Existem 2 coisas distintas que precisamos aprender para lidar com problemas:

A primeira é identificar os pensamentos catastróficos, generalizações que estamos tendo sobre nossa vida.
A segunda é pararmos de generalizar o focarmos “o problema”, em qual área de nossa vida ele está, podendo assim, definir metas e ações para solucionar ou ao menos, amenizar aquele problema.
Claro que existem problemas muito sérios, como na área de saúde, por exemplo, mas generalizar e catastrofizar a situação não ajudará em nada e trará maior sofrimento emocional, com a desesperança.
Já é comprovado cientificamente  que as emoções, nosso estado emocional, influenciam diretamente na doença e na possibilidade de cura.
Então, eu lhe proponho: tente não focar na “mancha”. Olhe para as partes brancas , que com certeza, encontrará muitas coisas boas que lhe trarão conforto, esperança e perspectiva de vida.
Agora, se for preciso focar na “mancha”, por ser um problema central, reconheça e enfrente. Se não conseguir sozinho, procure ajuda. Ao falarmos com outra pessoa, poderemos enxergar o mesmo problema sob uma nova ótica.

Para concluir, deixo a questão: “E seu “lençol”, como está?”

obs: artigo escrito por mim em 2008, revisado e reeditado agora, para 2010 (sempre pertinente refletirmos...se estamos focando só nas manchas......)

Um grande beijo a todos.
Adriana

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