quarta-feira, 11 de maio de 2011

PORTAL BATELLI - PRESENÇA EMOCIONAL

Minha coluna, mensal, com muito prazer, no Portal Batelli Unique Style, do jornalista, comunicador, atualmente, empresário em Las Vesgas: Ciro Batelli http://www.batelli.com.br/  (procurar Colunistas, Cidade, Jaú, e poderão ler e comentar direto no portal).

Presença Emocional

Mamães e papais, convido-os para uma reflexão: Já pararam para pensar em como estamos enchendo nossos filhos de presentes, atividades , viagens e afins?
Será que nossos filhos preferem nossos presentes ou nossa presença (afeto, atenção)?
Se perguntarmos , neste momento, nossos filhos, sem maturidade emocional suficiente, talvez, respondam em uníssono: PRESENTES! Pois esta é a forma de “afeto” que eles estão aprendendo com o mundo, a mídia, a indústria do consumismo, e, muitas vezes, conosco, seus pais, que para camuflar nosso sentimento de culpa , cujo qual nem entendemos direito, acabamos optando pelo presente.
Porém, não é raro vermos adolescentes e adultos com conflitos emocionais que poderiam ter sido evitados com “nossa presença afetiva”, afirmando em consultórios psicológicos: “tudo o que eu mais queria era a atenção dos meus pais, um abraço, um carinho, mas eles não tinham tempo ou não percebiam minha necessidade”.
Será que não estamos deixando passar uma oportunidade preciosa de auxiliar, emocionalmente, nossos filhos?
A criança mais nova, e às vezes, mesmo o adolescente , não consegue externar essa necessidade emocional em forma de palavras, mas expressam em forma de comportamentos, que em seus extremos, vão de inadequados ao isolamento.
Estamos correndo tanto (sem nem saber direito para onde estamos indo), que não estamos vendo o que está a frente de nossos olhos: nossos filhos estão sofrendo por sentirem necessidade de nossa atenção.
Quando falo em presença emocional, não estou falando da quantidade de tempo que ficamos com nossos filhos , e sim, de como estamos dedicando o tempo que temos. Falo em um momento único, intenso, integral e verdadeiro, no qual olhamos realmente para eles e nos dispomos a ouvir. Mesmo que sejam dez minutos diários! Mas “verdadeiros”, de entrega!
Aquela idéia de “vou dar para meu filho o que eu não tive”, se fixou apenas no aspécto financeiro. E a afetividade, como ficou?
Colocamos nossos filhos nas melhores escolas, na natação, no balé, no judô, na informática, no inglês, no tênis, karatê, etc...etc..., esperando contribuir para sua educação e seu melhor preparo para o mercado profissional.
Mas e para as relações pessoais, para lidar com as frustrações que são inevitáveis na vida, com as conquistas e as derrotas? Estamos preparando nosso filhos, emocionalmente?
Cobramos desempenho. Mas, por outro lado, estamos fazendo nossa parte? Estamos juntos, auxiliando, ouvindo, dialogando para encontrarmos uma forma de lidar com suas questões emocionais, suas inseguranças, suas facilidades e dificuldades, sejam elas, no âmbito intelectual ou emocional?
Conversamos com nossos filhos, superficialmente, onde perguntamos: tudo bem? E ele responde num eco: tudo bem. E não nos aprofundamos.
É necessário que passemos a olhar um pouco mais “fundo” e prestar atenção nas necessidades emocionais de nossos filhos, senão, todo nosso esforço será em vão. Onde chegaremos? Ou melhor, vejam os noticiários!
Não pretendo colocar mais culpa em nossas cabeças. Quero, apenas, alertar para nossa responsabilidade. Entendo que, hoje, trabalhar não é só uma questão financeira, é também, realização profissional. Não adiantaria ficarmos o dia todo à disposição de nossos filhos e nos sentirmos sugados, frustrados, infelizes. Temos que estar bem, emocionalmente, para conseguirmos lidar com o emocional de nossos filhos. Cuidar do “nosso eu” é imprescindível. Se secarmos, se não tivermos “mel”, como distribuí-lo?
Outro objetivo desta reflexão é avaliarmos a questão do excesso de presentes. O que acaba ocorrendo, com nossos filhos, é a perda gradual do prazer pelo presente em si , sempre esperando o próximo. Tudo fica descartável. Buscam sempre novo estímulo. Aliás, isso pode levar nossos filhos até a droga (como um estímulo que gera um novo prazer).
Nossa presença emocional é o maior presente que podemos dar para nossos filhos. Talvez, hoje, eles não entendam, mas um dia entenderão e nos serão muito gratos.

Agradeço sua presença, na leitura. Para mim: um presente!
Até a próxima.
Grande beijo

Adriana Roveroni