quarta-feira, 27 de outubro de 2010

REVISTA ENERGIA 4a Edição - Meu Artigo:"LIMITES ENTRE PAIS E FILHOS"

"LIMITES ENTRE PAIS E FILHOS

Uma questão que provoca controvérsias, dúvidas e inseguranças é o estabelecimento de “Limites” para as crianças e adolescentes.


Alguns pais, acreditam que a palavra “não” traumatiza a criança e prejudica seu desenvolvimento.


Outros, se sentem tão pressionados que acabam dizendo “não” o tempo todo.


Os pais são” modelos” para os filhos, que aprendem, muito mais, através do exemplo, do que de palavras.


A criança necessita de regras, limites, direcionamento ; e também, de acolhimento, cuidados físicos, emocionais, sociais e afeto. É essencial para o desenvolvimento emocional saudável: que a criança vivencie no seio familiar as duas funções: O LIMITE e o ACOLHIMENTO(AFETO).


Um extremo: o excesso de regras –» quando ambos os pais são muito críticos e rígidos. Desta forma, a criança pode desenvolver, mais tarde, algumas patologias emocionais: extrema insegurança, baixa auto-estima, ansiedade generalizada, mentiras, etc.., por não conseguir atingir a perfeição que lhe é cobrada.


Outro extremo: a ausência de limites -» quando ambos os pais são excessivamente permissivos. Esta situação gera insegurança, podendo fazer com que a criança desenvolva sentimento de desvalor próprio e alheio (camuflados por atitudes de excessiva segurança aparente), comportamentos anti-sociais e irresponsabilidade.


Se faz necessário um equilíbrio entre limites e acolhimento. Entre frustração e concessão.


A frustração é necessária para que a criança aprenda a lidar com as pessoas e o MUNDO; que aliás, não é “cor de rosa”.


A criança nasce com “princípio do prazer” , com a idéia fantasiosa de que o mundo gira em torno dela e de que todas as pessoas e coisas existem apenas para satisfação de seus desejos.


A frustração permite que a criança aprenda a viver “o princípio da realidade”, onde não podemos ter todas nossas inquietações satisfeitas. Traz consigo a palavra “NÃO”, mas também, traz segurança para a criança aprender até onde pode ir. É como se a criança estivesse em uma sala escura e nós, pais, já conhecêssemos o caminho. Então, necessitamos estabelecer os limites até que ela possa conhecer melhor o mundo e ter auto-suficiência para lidar com ele.


O “não” bem colocado , de forma adequada e saudável, fortalece a auto-estima da criança e traz segurança.


Um cuidado em particular: O “não” que se torna sim -» onde o filho fica insistindo tanto, até conseguir que os pais, por cansaço ou culpa, digam sim.


A criança precisa de limites, mas necessita, também, de possibilidades. Temos que tomar cuidado em utilizar o “não” para questões importantes e nas quais , seja possível, mantê-lo até o fim. “Não” é “Não”, senão, perdemos a autoridade e a credibilidade.


Para que as regras não sejam impostas, elas precisam ser combinadas. É necessário estabelecer regras. Importante combinar as conseqüências. E, imprescindível, cumprí-las.


Temos no relacionamento pais e filhos, várias situações , nas quais pendemos de um extremo a outro. Excesso de Regras x Ausência de Limites. Superproteção x Valorização Extrema da Independência (Negligência) ,etc...


Outra confusão muito recorrente é a questão da “Presença Física” x “Presença Emocional”. Muitos acreditam que basta estar ao lado dos filhos (fisicamente). Um engano!!! Os filhos precisam de: AFETIVIDADE, CUIDADO EMOCIONAL, ATENÇÃO, DIÁLOGO (presença emocional).


Necessitamos procurar o equilíbrio. Acolher, auxiliar, apoiar; mas também, estabelecer regras e limites.


Colocar “LIMITES”: é como ensinar o filho a andar de bicicleta. Aos poucos, tiramos as rodinhas, vamos segurando na gradinha, até que um dia soltamos e vamos andando ao seu lado (ou até, mais atrás).


Essa é a condição ideal.


Se tirarmos “as rodinhas” (apoio, auxílio, acolhimento) antes da maturidade da criança, podemos forçar seu desenvolvimento e trazer insegurança.


Por outro lado, se ficarmos segurando “as rodinhas” ou a gradinha a vida toda, os filhos, já adultos, não aprenderão a caminhar sozinhos."


Adriana Roveroni – Psicóloga - CRP 06.44998.5



Grande beijo

Adriana

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