terça-feira, 1 de junho de 2010

REVISTA ENERGIA - ARTIGO "SOLIDÃO"

Hoje, "quentinha", saindo do "forno" a 2ª Edição, da Revista Energia. Com muito prazer, minha coluna na página 46 :

Compartilho o artigo que escrevi, especialmente, para a Revista Energia, com vocês, meus queridos(as):

"REFLEXÕES SOBRE A SOLIDÃO
Solidão – segundo o dicionário Aurélio:” Condição, estado de quem está só; isolamento”.

Há uma confusão muito comum em achar que Solidão é o mesmo que estar desacompanhado. E que a Solidão tem sempre a conotação negativa.
Pode ser uma escolha pessoal e, positiva: temporária ou não, propiciando uma experiência positiva de auto-conhecimento, prazerosa, desde que esteja sob seu controle. “Se você sente solidão quando está só, está em má companhia” (Jean Paul Sarte – Filósofo)


Pode ser sentida no meio da multidão e, negativa: vista como “permanente” (o que gera muita desesperança) , e, não requer a falta de outras pessoas, pode ser sentida em multidões. “A pior solidão é a que se sente quando se está acompanhado.”( Flávio Gikovate )- Psiquiatra


O filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) afirma que “estar só é a condição original de todo ser humano. Que cada um de nós é só no mundo. É como se o nascimento fosse uma espécie de lançamento da pessoa à sua própria sorte. Nascemos sós e morremos sós. O outro é necessário para viver "com" e não viver "para" ele. Cada um de nós é que será o responsável por dar um sentido à sua existência.”


Sim, nascemos sós e, morremos sós.Mas, podemos ESCOLHER: não vivermos sós!


Alguns sentem-se sós e procuram companhia; outros sentem-se sós, mesmo estando em companhia; outros gostariam de estar sós; e outros sentem-se em completa solidão (abandono de si próprio e dos outros).


Complicado? Não! Tão simples... Se humanizarmos mais nossos corações, e principalmente,”olharmos, verdadeiramente, para o outro”.


Solidão: Um vazio? Ou um sentimento de inadequação, como se não houvesse espaço para eu ser eu mesmo? Um sentimento de não estima? De rejeição? De ser excluído de um grupo, da sociedade? Ou até mesmo excluído do planeta? Como se não fizesse parte de nada? Um pouco de tudo isso?


Algumas pessoas verbalizam , em consultório: “É UM VAZIO DE SE SENTIR INVISÍVEL...”


Você já se sentiu assim? Páre e pense um pouco , neste instante... Quando alguém passou por você e se sentiu como se fosse “invisível”? Há sentimento de solidão pior do que estar em convivência com outros seres humanos e ser tratado como “invisível”?


Os relacionamentos estão cada vez mais impessoais (e não interpessoais),frios, individualistas,narcísicos. Buscamos apenas o “nosso” prazer imediato. Relacionamentos de “aparência”, superficiais, “de interesses”, se apresentam aos montes.


Como não encontramos companhias reais, passamos a procurar amigos atrás de uma telinha de computador, criando “vidas virtuais” dentro de páginas da internet, onde podemos ser quem queremos, e principalmente, ACEITOS, AMADOS.... E esta aceitação, este acolhimento, podemos obter no mundo real. Todos nós precisamos...de AMOR, de ATENÇÃO!!! Basta nos conscientizarmos!


E não só a busca de amor romântico. AMOR NO SENTIDO MAIS PURO E PROFUNDO DA PALAVRA... amor que promove acolhimento real, atenção genuína, verdadeira, de confiança....Coisas tão raras, infelizmente, a cada dia.


Parece até que somos recicláveis... “ESSE SERVE, ESSE NÃO SERVE. Joga fora, deixa pra lá...” Ops! Somos Humanos! A DOR do outro, infelizmente , não importa . Chocou? Mas é assim que estamos vivendo...


Muitas pessoas, já chegaram a falar, para mim, diretamente, em consultório: Eu, não precisava de um psicólogo, só de um pai, uma mãe, um irmão, um amigo, um amor; que me ouvisse, que me enxergasse, que me compreendesse, que me amasse.


Percebe como é simples? Por que tornamos complexo?


Estamos deixando as pessoas mais próximas, as que estão a nossa volta, sozinhas? Com este sentimento de solidão na multidão? Nossos filhos? Nossos pais? Nossos companheiros? Nossos amigos? O que estamos proporcionando para estas pessoas, afetivamente? Onde está o AMOR?


A felicidade não está no outro, claro. A felicidade está no encontro consigo mesmo, no sentimento de estima, de adequação, de capacidade de lidar com a vida, com as pessoas.


Mas precisamos do outro, também. Somos seres sociais. Precisamos ser amados.


É tão simples.


“ Nós podemos curar as doenças físicas com remédios mas a única cura para a Solidão chama-se “ Amor” . Existe muita gente no mundo que é capaz de morrer por um pedaço de pão, mas existe muito mais gente que é capaz de dar a vida por uma migalha de “ AMOR”( Madre Teresa de Calcutá)


Bem vindos ao AMOR!


Até a próxima!"


Grande beijo a todos vocês, que me acompanham...
Espero que gostem... e comentem...
Solidão... tão presente nos nossos dias...
Adriana

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